quinta-feira, 27 de junho de 2019

TINEA BARBAE




A tinea barbae é uma infecção fúngica que ocorre na região da barba, sendo um tipo de dermatofitose. Além da pele do rosto, atingem também os pelos. Pode afetar homens e mulheres com crescimento exagerado de pelos terminais.

Sintomas
Pode originar descamação, pústulas foliculares e eritema. Pode, também, resultar em perda de pelo.






Transmissão
Os agentes parasitários são zoofílicos (Trichophyton verrucosum e Trichophyton mentagrophytes), por isso a transmissão é, em geral, por contato com animais.

Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito por exame direto no microscópio e por meio de cultura. Um método de diagnóstico diferencial é remover um pelo da barba; nessa infecção, não se desencadeia dor, ao contrário de infecções bacterianas.


                                                                                                                       (Trichophyton verrucosum)


Tratamento
- Realizado com Griseofulvina, Terbinafina ou Itraconazol, por via oral;
- Tratamento com Prednisona, por via oral, em casos de grave inflamação;
- O tratamento envolve o barbear completo.


Referencias
OLVEIRA, Jefferson; Tópicos em micologia médica. 4 ed. 2014


segunda-feira, 24 de junho de 2019

TINEA CRURIS



A Tinea cruris, intertrigo ou tinha da virilha é uma infecção fúngica que acomete a pele dos órgãos genitais e do interior das coxas, podendo estender-se até as nádegas. Ocorre predominantemente no sexo masculino.
É frequentemente associada à Tinea pedis (frieira), outro tipo de micose, pois a roupa contaminada entra em contato com os pés e, posteriormente, com a região genital. A etiologia de ambas é a mesma (T. rubrum, T mentagrophytes e E. floccosum).

Sintomas

- Erupção cutânea e escamosa de coloração rosada na região genital.

- Coceira e pode ser dolorosa



Transmissão

Ocorre através de fômites, como toalhas, lençóis ou roupas contaminadas com o fungo. Outra possibilidade é a auto-contaminação pela micose dos pés (frieira).



Diagnóstico

A coleta para o exame é feita através de raspagens nas bordas das lesões, e o agente etiológico pode ser pesquisado por exame direto feito no microscópio e por crescimento em meio de
cultura.
Trichophyton mentagrophytes





Tratamento


  •  Realizado com Miconazol, Naftifina, Cetoconazol ou Clotrimazol em cremes ou loções;
  •  Realizado com Itraconazol ou Terbinafina por via oral, em casos de infecção ou inflamação mais difícil de curar;
  • Deve ser tratada também a frieira, se presente.
  •  Recomenda-se também manter a área afetada seca, usar roupas pouco apertadas e lavá-las com maior frequência.


sexta-feira, 3 de maio de 2019

ONICOMICOSE TRICOFÍTICA


A Onicomicose Tricofítica é uma infecção que ocorre na parte córnea da unha por espécie de Trichophyton e em geral, é a secundária lesões de pele. A invasão da unha ocorre normalmente a partir da extremidade e progride pela tábua interna, só mais tarde atacando e destruindo também a externa. Os fenômenos inflamatórios são poucos apreciáveis e a evolução é lenta. Pode ser atacada apenas uma unha, duas , algumas  e mesmo todas das mãos e pés.  
A doença é comum no Brasil, seu principal agente é Trichophutpn rubrum. T. mentagrophytes var. interdigitale infecta as unhas e quando o faz, a infecção é secundária às lesões da pele, próximas a elas, e o ataque inicial faz se pelas bordas laterais da tábua externa.

Sintomas:
-Variação da cor da unha, que se torna esbranquiçada e/ou adquire tons amarelados ou escuros;
-Onicólise – descolamento da borda livre que começa pelos cantos da unha e deixa um espaço oco sob a lâmina, onde se acumulam fungos, bactérias e restos de queratina;
-Espessamento – as unhas ficam mais duras, mais grossas e opacas;
-Leuconia – manchas brancas se instalam na superfície da unha (lâmina ungueal);
-Destruição da lâmina e deformidades que se instalam porque as unhas se tornam mais frágeis e quebradiças;
-Dor de intensidade variável e odor desagradável.

Transmissão:
O contágio pode ser direto, de pessoa para pessoa, ou através de objetos, calçados. Essas espécies Trichophutpn rubrum. T. mentagrophytes var. interdigitale que em condições naturais, são parasitos estritos ao homem e que por esta razão, desempenham papel de reservatório e fonte de sua disseminação.

Diagnóstico:
O exame micológico direto e o de cultura são úteis para pesquisar a presença e as características do agente infectante em fragmentos obtidos pela raspagem das unhas doentes.


Tratamento:
Para o tratamento tem se a indicação formal a griseofulvina que deverá ser usada nas menores doses terapêuticas, por períodos de 2 a 6 meses. Sabe-se que a griseofulvina é antes fungistática que fungicida e, portanto, há de se aguardar a substituição da unha infectada pela sadia, fato que se processa lentamente. A medicação local pode ser associada, porém em muitos casos é indispensável. Devem ser tomadas medidas para se evitar traumatismos por pressões sobre as unhas que possam prejudicar a vascularização dos tecidos moles relacionados com elas.


-MORAES,Ruy Gomes, IGNÁCIO, da Costa Leite, ENIO Garcia Gourlat. Parasitologia & Micologia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2008.pg 465-468.

PITIRÍASE VERSICOLOR

A Pitiríase versicolor é uma infecção fúngica da pele que provoca o surgimento de placas escamosas e incolores.Se trata de uma dermatose provocada pelo fungo Malassezia furfur, que atinge com mais frequência a pele de homens e mulheres jovens, caracterizada pela mudança na pigmentação da pele. Ela também é conhecida pelos nomes tínea ou tinha versicolor, pano branco e micose de praia. Os fatores de risco para infecção incluem o calor e a umidade e sistema imunológico debilitado por uso de corticosteroide, gravidez, desnutrição, diabetes, ou outros distúrbios.

                                              

Sintomas:

-Se observa a presença de manchas descamativas de tamanhos variados, que podem ser de cor cinza, castanha, ocre ou ainda acrômicas (pouca ou nenhuma pigmentação na pele);
 -As lesões normalmente surgem na parte superior do tórax, braços e face, mas em alguns casos pode se estender para o couro cabeludo, abdome, antebraços e região poplítea; 
-As manchas ficam mais evidentes quando a pessoa toma sol, pois a região afetada contrasta com a cor da pele bronzeada não comprometida pela infecção.

Transmissão:

A transmissão se dá de pessoa para pessoa, por contato direto, ou através de peças de vestuário que estiveram em contato com o afetado pelo fungo. Algumas pessoas não são suscetíveis à infecção, mesmo com contato repetitivo, outras podem apresentar a micose várias vezes.

Diagnóstico:

O diagnóstico se dá através de exame médico da pele e de raspagens de pele para se visualizar o fungo no microscópio, também pode ser feito pelo exame com lâmpada de Wood.

Pitiríase versicolor crescendo em cultura
Tratamento:
O tratamento da Pitiríase versicolor é tópico com o uso de agentes antimicóticos, como derivados imidazólicos, amorolfina e itraconazol em forma de creme.Em alguns casos a pele volta a apresentar lesões após a cura clínica, por isso é necessária a inspeção da pele depois da finalização do tratamento e se preciso repetir a utilização do medicamento.Os medicamentos administrados por via oral, como fluconazol, são usados às vezes para tratar pessoas que têm uma infecção amplamente espalhada.


-MORAES, R. G.; LEITE, I. C.; GOULART, E. G. Parasito e Micologia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica Guanabara Koogan 2008.


TINEA CAPITIS

A Tinea capitis trata-se de uma infecção fúngica cutânea do couro cabeludo, sobrancelhas e/ou pestanas. É causada pelos fungos dos gêneros Trichophyton e Microsporum, onde a principal espécie causadora é a M. canis. É a infecção fúngica mais comum na idade pediátrica, curando-se espontaneamente na puberdade sem deixar vestígios. O parasitismo pode ocorrer dentro  ou fora do cabelo.

 

Sintomas:
- Erupções cutâneas escamosas e secas que podem coçar;
- Flocos que se parecem com caspas;
- Placas com alopecia, ou em área onde os pelos foram quebrados ou aparados.
Tratamento: 
Em crianças, é realizado com griseofulvina por via oral durante seis a oito semanas. Também é recomendado uso de shampoo de sulfureto de selênio a 2,5% ou shampoo de cetoconazol duas vezes por semana. Deve ser evitada a partilha de objetos pessoais como pentes, escovas, chapéus. 
Em adultos, a terbinafina, o itraconazol e o fluconazol por via oral também são eficazes.
Diagnóstico:
A coleta da amostra de pele deve ser feita nas bordas das zonas de alopecia por raspagem. Os cabelos devem ser igualmente raspados do couro cabeludo e não arrancados. Primeiramente, é realizado o exame direto, onde são observadas hifas ramificadas e compridas de uma cor verde pálido característica. Frequentemente não vemos as hifas, mas sim o cabelo fragmentado e normalmente rodeado de múltiplos esporos. Outro método de diagnóstico é a lâmpada de wood, onde os fungos do gênero Microsporum apresentam uma fluorescência esverdeada. 
Microsporum Canis
Método lâmpada de wood

-OLIVEIRA, Jeferson. Tópicos em micologia médica. 4ª. Rio de Janeiro. 2014.